Giordano Bruno e os livros e pensamentos proibidos
Giordano Bruno e os livros e pensamentos proibidos
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- Esta semana a coluna lembra de um episódio que teve profundas influencias na história, tanto da ciência, quanto da construção do que hoje chamamos de modernidade.No dia 17 de fevereiro de 1600, ou seja, há exatos, 420 anos, era queimado vivo o filósofo, Giordano Bruno, no campo de Fiori ou campo das Flores, em Roma. É sobre a vida de Bruno e sobre as implicações deste evento na ciência, na cultura e na história que iremos falar esta semana.
- Aqueles que detiveram, durante breves instantes, o poder, durante a história da humanidade já sabiam da força que livros e as ideias que os livros carregam podem ter nas pessoas, por isso, tantas e tantas sociedades antigas proibiam ou o acesso aos livros ou o acesso à alfabetização da população.
- A Igreja católica apostólica romana, instituição milenar que possuía muito poder durante a idade média, publicou, por exemplo, em 1559, o Index Librorum Prohibitorum, ou “índice de livros proibidos”, uma lista de publicações consideradas heréticas, anticlericais ou lascivas e, portanto, proibidas pela Igreja. O personagem que homenageamos esta semana teve livros seus nesta lista durante muitos séculos. Nesta lista também estiveram, Galileu Galilei, Maquiavel, Espinosa, Pascal, Hobbes, Descartes, Kant, Alexandre Dumas, Voltaire, Victor Hugo, Flaubert, Balzac, Sartre entre muitos outros autores e escritores. O índice só foi abolido em 1966 pelo Papa Paulo VI. Durou, portanto, 407 anos.
- Mas, Giordano Bruno, como dissemos, não teve apenas seus livros e obras no índice de livros proibidos. Ele ardeu nas chamas da Inquisição tendo sido queimado vivo. Iordanus Brunus Nolanus, nascido Fillipo Bruno, veio ao mundo em Nola, Reino de Nápoles, em 1548. Ele foi teólogo, filósofo, escritor, matemático, poeta, cosmólogo, ocultista e frade dominicano italiano.
- Tinha uma natureza eminentemente rebelde, mas, infelizmente, não existia liberdade de pensamento naquela época, na Itália, mas Bruno, com toda mente irrequieta desejava, antes de tudo, conhecer profundamente as coisas e a criação divina. Ele ousou, então, LER os livros banidos pela igreja e isso, pode-se dizer, foi a sua ruína. Um desses livros, de um autor morto há mais de 1500 anos, um romano, Lucrécio, lhe contou sobre um universo muito maior do que aquele que a Igreja lhe ensinava. Um universo, virtualmente, ilimitado. Tão ilimitado quanto a ideia que Giordano Bruno tinha de Deus. Ele foi uma mente brilhante, muito à frente de seu próprio tempo. É conhecido, principalmente, por suas ideias cosmológicas que estenderam o, àquela época, novo modelo copernicano. Ele propôs que as estrelas fossem sóis distantes cercados por seus próprios planetas e levantou a possibilidade de vida nesses planetas, uma posição filosófica conhecida como pluralismo cósmico. Ele também insistiu que o universo é infinito e não poderia ter "centro”.
- Bruno foi, então, julgado e condenado por heresia pela inquisição, acusado de negar várias doutrinas católicas essenciais. A Inquisição o considerou culpado e ele foi, como dissemos, queimado na fogueira no Campo de' Fiori, em Roma, em 1600. Após sua morte, ganhou fama considerável, sendo particularmente comemorado por comentaristas do século XIX e início do século XX que o consideravam mártir de ciência, embora, principalmente, suas ideias filosóficas e religiosas tenham levado à sua condenação.
- Giordano Bruno escreveu mais de 35 obras. Sobre ele, muitos outros livros, séries e filmes foram realizados. Eu recomendo o livro O papa e o herege: Giordano Bruno, a verdadeira história do homem que desafiou a Inquisição de Mchael White. E tb que o ouvinte pesquise por livros e obras a respeito da vida e da obra de Giordano Bruno, entre as quais, a série de TV Cosmos, facilmente encontrada em serviços de streaming. A mensagem da semana, ouvintes é que Livro traz conhecimento, e conhecimento é poder.
- Ganhe esse poder. Leia livros!