O início da era atômica
O início da era atômica
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- Nosso tema desta semana é um acontecimento histórico que influenciaria bastante o século XX e a humanidade desde então. Algo com consequências marcantes que até hoje incita debates.
- Era 6 de agosto de 1945 quando a super-fortaleza voadora, B-29, do 509o. (quingentésimo nono) grupo misto da 20a. Força aérea, o Enola Gay, batizado em homenagem à mãe do piloto Paul Tibetts Jr, decolou do pequeno atol de Tinian, no Pacífico e seguiu para seu objetivo, a ponte Aioi, no centro da oitava maior cidade do Japão. Em seu interior ele levava aquilo que mudaria a humanidade para sempre.
- Eram precisamente 8:15 da manhã de 6 de agosto de 1945 quando o Enola Gay solta sobre Hiroshima a primeira bomba atômica usada para um ataque na história. Mais de cem mil civis morreram (muitas sendo desintegradas) e outros milhares levaram feridas e sequelas horríveis pelo resto da vida. Antes que pudessem assimilar o que os havia atingido, uma outra bomba atômica é lançada, três dias depois sobre Nagasaki, matando mais 80.000 civis e ferindo vários milhares de outros ao redor dos anos pelos efeito da radiação.
- Em Hiroshima, todos os relógios pararam exatamente na mesma hora, 8:15. Eles marcavam o início da era atômica.
- Apesar de extremamente cruel e injusto, o ataque americano funciona e em 14 de agosto de 1945 os japoneses ouvem, pelo rádio, a voz de seu imperador Hiroito pela primeira vez, anunciando a rendição do país.
- Acaba a segunda guerra mundial. Mais de 53 milhões de pessoas perderam a vida na maior guerra já vista na história da humanidade.
- As bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, são chamadas atômicas porque usam o poder e a energia do átomo para causar reações em cadeia altamente energéticas. A bomba que caiu sobre Hiroshima, batizada de “Little Boy”, era uma bomba de fissão do elemento Urânio. Uma bomba de fissão quebra os átomos de urânio em dois, liberando no processo muita energia. A bomba de Nagasaki, chamada de “fat man”, era uma bomba de plutônio.
- O lançamento das bombas sobre o Japão são resultado de uma grande corrida armamentista e de engenharia que envolveu muitos pesquisadores, cientistas e um custo aproximado de 2 bilhões de dólares. Todos as potências em guerra buscavam a bomba.
Após o final da segunda guerra, com o mundo dividido pela guerra fria, os países iniciaram uma corrida para quem tinha a maior, a melhor e as mais destrutivas bombas. Isso levou às bombas de fusão nuclear, quando os átomos se fundem, liberando muita energia no processo (ainda mais energia do que o processo de fissão). O processo de fissão é o que ocorre a todo instante no sol, liberando luz e calor para a o sistema solar.
A primeira bomba de fusão , a Ivy Mike, explodiu em 1952 liberando 10 megatons de TNT ou 450x a energia liberada em Nagasaki, tão potente que transformou a ilha em que ela foi testada em uma cratera de 2km de diâmetro e 55 metros de profundidade.
Em 1953 os soviéticos fizeram o primeiro teste da bomba de fusão deles, a RDS-6 e em 1961 eles testaram a Tzar Bomb, tao potente que realizaram o teste com somente metade de sua capacidade real, naquela que foi a maior detonação da história da humanidade, com 50 megatons, ou 10x a potência de TODAS as bombas lançadas na segunda guerra mundial, gerou um terremoto que rodou o mundo e quebrou janelas a centenas de quilômetros de distância. - Pela primeira vez a humanidade tinha a possibilidade de destruir a si mesma se quisesse, em caso de uma guerra termonuclear global. Em 1968 foi assinado o Tratado de Não-proliferação nuclear na ONU que tentava impedir a corrida nuclear e estabelecer cooperação em temas de energia nuclear pacífica.
- Bombas atômicas são as armas de destruição em massa mais poderosas existentes.A existência delas (e seu uso em guerras) nos leva a reflexões importantes sobre a fragilidade de nossa existência e do poder beligerante do ser humano. Claro há as possibilidades médicas, energéticas e outras boas aplicações da energia atômica. Mas a parte beligerante, de fato, nos assusta.
- Livros, filmes, séries, documentários, museus, poemas (como “A Rosa de Hiroshima” De Vinícius de Moraes) e pinturas foram feitas tendo a era atômica como inspiração.
- Há 75 anos a humanidade ficou parada, como os relógios de Hiroshima, atônita, com a possibilidade de autodestruição. Como a invisível radiação que nos destrói, a era atômica nos lançou na terrível possibilidade de destruir o único lar que conhecemos.