Tolstoi, anarquista, militar, regrado, cristão e um dos maiores escritores de todos os tempos
Tolstoi, o grande escritor e cristão russo
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- Nesta semana que lembramos o nascimento do herói da Revolução Acreana, Plácido de Castro (9), do nascimento do poeta Ferreira Gullar (10), e dos nascimentos de Adorno e Brian de Palma (11), Álvares de Azevedo, Vicente Celestino, Geraldo Vandré e Caio Fernando de Abreu (12).
- Mas o tema de nossa coluna é aquele que é considerado por muitos, sendo quase que uma unanimidade, o maior escritor de todos os tempos, o russo, Tolstói.
- Liev Nikoláievich Tolstói, mais conhecido em português como Leão, Leon, Leo ou Liev Tolstói, nasceu no dia 9 de setembro de 1828, há 191 anos, em Tula e morreu dia 20 de novembro de 1910 em Astapovo. Foi um escritor russo filho de uma importante e aristocrática família ligada aos czares, ficou órfão ainda criança tendo sido educado por preceptores.
- Em 1851, em sua juventude, o grande sentimento de vazio existencial o levou a se alistar no exército da Rússia servindo nas guerras do Cáucaso e durante a Guerra da Crimeia como Tenente. Esta experiência, inclusive, iria colaborar para que ele, mais tarde, se tornasse um pacifista. Tolstói começou, também, a escrever quando estava no exército, escrevendo, nesta época, “Infância” e a primeira parte de suas memórias.
- Antes da ida ao exército, havia cursado línguas orientais e direito na universidade, mas não concluíra seus estudos. Sua vida oscilava entre ataques de tédio, farras, jogatinas, fugas com bandos de ciganos, paixões tempestuosas por mulheres de classes sociais diferentes da sua, tudo sempre pontuado por graves crises de consciência.
- Tendo influência de Rousseau, Tolstói levava a sério o princípio da sinceridade. Suas dúvidas, suas fraquezas, seus sentimentos contraditórios, as vergonhas, os pensamentos mais sombrios são registrados em seu diário com análise e rigor.
- Ao livro Infância, seguiu-se “Adolescência” (1854) e “Juventude”(1857) que, com Infância compõe uma trilogia. Escreve contos sobre a vida militar e as campanhas do Cáucaso e da Criméia apresentando retratos psicológicos crus e convincentes dos militares e de seus adversários.
- Aos 34 anos, Tolstói casou-se com Sofia Behrs. Juntos, tiveram 13 filhos e uma relação bastante complicada, mas Tolstói é conhecido mesmo pelos romances Guerra e Paz (1869) e Anna Karenina (1877), muitas vezes citados como verdadeiros pináculos da ficção realista. Ele alcançou aclamação literária ainda jovem, primeiramente com sua trilogia semi-autobiográfica, Infância, Adolescência e Juventude (1852-1856) e por suas Crônicas de Sebastopol (1855), obra que teve como base suas experiências na Guerra da Crimeia. A ficção de Tolstói inclui dezenas de histórias curtas e várias novelas como A Morte de Ivan Ilitch (1886), Felicidade Conjugal (1859) e Hadji Murad (1912). Ele também escreveu algumas peças e diversos ensaios filosóficos.
- Durante a década de 1870, Tolstói experimentou uma profunda crise moral, seguida do que ele considerou um despertar espiritual igualmente profundo, conforme descrito em seu trabalho não-ficcional A Confissão (1882). Sua interpretação literal dos ensinamentos éticos de Jesus, centrada no Sermão da Montanha, fez com que ele se tornasse um fervoroso anarquista cristão e pacifista.
- Tolstoi é um autor prolífico tendo dezenas de obras importantes, das quais eu recomendo fortemente, Guerra e Paz (1869), sua principal obra, além de Ana Karenina (1877). Além de “A morte de Ivan Ilítch” (1886), que li recentemente e também, A confissão (1879) que li ano passado. Há, claro, inúmeros filmes, séries e minisséries sobre a Obra de Tolstói. Eu recomendo Anna Karenina de 2012, com Keira Knghtley, como Anna, Aaron Johnson, como conde Vronsky e Jude Law como Alexei Karenin e o clássico Guerra e Paz de 1956 com Audrey Hepburn e Henry Fonda.
- A dica, portanto, é conhecer, a magnífica, psicológica, real, pujante e meticulosa obra de Tolstói, seja em livro, filme ou minissérie. Afinal, ele é um dos maiores autores de todos os tempos!